deixo a saliva
descer, quente e úmida
Olho ao redor e não
vejo nada que leve meu rosto,
nada que leve meu
cheiro,
nada que pareça
familiar.
Levo ele até minha
boca e trago,
sua fumaça parecem
borboletas descendo pela garganta,
invadindo meu
pulmão,
subindo para minha
cabeça,
meus olhos
vermelhos, com pupilas dilatadas refletem mais um delito cometido.
Afinal por que eu
estava triste?
ela me faz sentir
melhor,
ela me faz sentir
aliviado,
aproveito esse
momento pois ele acabará,
Assim que fujo,
assim que corro,
assim me escondo,
Minha fuga da
realidade não é insana,
pois insana me é a
realidade,
eu fujo para buscar
sanidade,
eu fujo para buscar
meu lugar,
eu fujo por que lá
construo o que leva meu nome,
leva meu rosto,
leva meu cheiro,
leva o que chamo de
família.
Lá é onde sou eu,
lá é onde me
orgulho do que é meu,
lá é onde me
orgulho do que sou eu.